quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Peniche Amigos Clube - Alcobertas (Inf)(Taça) 31.01.10(1ª Parte).wmv

Peniche Amigos Clube - Alcobertas (Inf)(Taça) 31.01.10(2ª Parte).wmv

Crónica do Jogo de Infantis - Taça

“Foi bombástico!”
Taça Distrital de Infantis – Quartos-de-Final
31 de Janeiro de 2010
*Peniche AC - 4 : 4 – Alcobertas
*8 – 6 – após pontapés da marca de Grande Penalidade
(Golos: David (2); Tomás e João Gil)
(Penalties: João Pedro; João Gil; Miguel e Tomás) 
      Emoções ao rubro no pavilhão Polivalente, que serviu de palco para um memorável embate, alusivo aos quartos-de-final da Taça Distrital. Um empate a quatro golos no final do tempo regulamentar de um jogo de Futsal não é um resultado anómalo, mas se acrescentarmos que a equipa do PAC perdia por 0:4 a dez minutos do final, poucos acreditariam que tal ainda pudesse acontecer.
      Centena e meia de espectadores tinham tomado confortavelmente o seu lugar, sem adivinhar que aquela manhã de domingo não seria apenas mais uma no calendário desportivo do PAC. Quando ainda cedo o Alcobertas se adiantou no marcador, os nossos pupilos, nervosos e abatidos pelo golo sofrido, poucas vezes chegariam com real perigo à área adversária durante a primeira parte. Com muito equilíbrio, jogo táctico e já com alguma emoção nas bancadas, assim se chegaria ao intervalo com a vantagem dos visitantes por 0:1.
      A segunda parte viria, então, a ser um autêntico teste aos ímpetos mais susceptíveis dos amantes desta modalidade. Na tentativa de chegar ao tão desejado empate, o PAC abriu brechas no seu sector defensivo, o que permitiu a entrada dos jogadores do Alcobertas, que apenas em três remates à baliza marcariam o mesmo número de golos. Com o resultado em 0:4, o público já se havia acalmado, uma vez que ninguém imaginaria o que ainda estava para surgir.
     Apesar da acentuada desvantagem, o técnico Isaúl Oliveira, quase incompreensivelmente, continuaria a dar instruções aos seus jogadores com a mesma veemência de sempre e a dar mostras de acreditar numa recuperação que a assistência já há muito não achava que fosse possível. Foi então que surgiu David Costa, atleta de forte mentalidade e de recursos inesgotáveis, que com um pontapé explosivo antes da linha de meio campo fez renascer o sonho das gentes de Peniche. Este tento (talvez o melhor do ano) viria a acordar toda a equipa que, com dez minutos para jogar, reuniu todas as forças para tentar virar a partida. Tomás marcaria, pouco depois, o 2:4 numa jogada bem desenhada culminando com um remate fulminante, ainda longe da baliza. Muito perto do fim, David Costa voltou a sacar novo brinde da cartola, com um golo a papel químico do primeiro que marcara, do meio campo. ESPECTACULAR! 3:4 no marcador e loucura nas bancadas!
     O anti-jogo da turma contrária levou o árbitro a prolongar o jogo por mais dois minutos, tempo suficiente para o público, agora de pé, apoiar o PAC no seu derradeiro esforço. A segundos do apito final, o árbitro assinalaria, quase por milagre, uma grande penalidade a favor do PAC, por mão na bola de um jogador do Alcobertas. João Gil foi chamado a converter e, com a assistência em estado de sítio, com um remate forte e colocado o sonho tornara-se realidade. 4:4! A partida viria a terminar logo após e tudo voltaria à estaca zero.
     No prolongamento, o PAC teria várias oportunidades para desfazer o empate, mas as forças eram já poucas e o discernimento muito fragilizado pelas constantes e atribuladas emoções do encontro. Assim, tudo se iria resolver através de pontapés da marca de grande penalidade e aqui, contra todas as previsões, João Pedro, João Gil, Miguel e Tomás a marcarem os golos e, especialmente, o guarda-redes Ricardo que defendeu duas penalidades, levaram o PAC até às meias-finais desta prova.
     No final, a festa foi imensa, os sorrisos muitos e até algumas lágrimas não passaram despercebidas. Mais uma página bonita da história do PAC fora escrita com muitos pingos de suor e com muita gente a aplaudir estes craques e o seu treinador, que foi talvez o único que acreditou que tudo isto seria possível.

Amaro Costa